“Segue o TREM”

Eis-me aqui do teu lado ...
Ainda que minhas mãos buscassem às tuas - num magnetismo incrível –
fiz um esforço hercúleo para conter-me.
Eram testemunhas mais que centenas de irmãos e
outros tantos centenares em espírito ali presentes.
E quando eu parecia já desistir, aflito e resignado,
eis que o óbvio se fez notar:
que estúpida perda de tempo!
Se em nossas humildes moradas físicas resistíamos ao abraço e
ao segurar de mãos fraterno,
espiritualmente, nossos perispíritos se uniam
num sincero compartilhar destas emoções todas
que estas aulas nos ofereceram.

Vejo todos e tudo com olhos de quem já não se deixa iludir
com as quimeras da vida, mas que contudo,
não sabe dizer não à um sentimento sincero, venha de onde vier,
É como se fôssemos todos passageiros de um trem...
Nalgum ponto uns sobem, outros descem;
uns se perdem de outros;
outros se reencontram com alguns...

Assim Linda, nunca estamos sozinhos...
Porque se neste momento crêes estar sozinha (com o marido a tiracolo),
entre uma parada e outra, seguramente que não estás de fato só,
pois há muitos com o pensamento à tua volta...
Nunca estamos sós.
E se hoje sofremos com os que não estão conosco
(e falo tanto de familiares, como de príncipes e princesas também rs rs rs),
não esqueçamos dos que sempre estiveram ao nosso lado.
E de observar este que senta-se ao nosso lado ou à nossa frente,
na cabine desse trem...

Amigos, família, desconhecidos, anônimos,
seja quem for, não está por acaso à nossa volta.
No trem da vida, vez ou outra vamos descer em estações diferentes
e subir ao trem em outras direções...
Talvez levemos toda uma vida longe dos que amamos,
mas na Justiça de Deus sempre haverá o reencontro...
Falo de teu, de meu e do pai de tantos de nós;
da mãe, irmã, avós, filhos e amigos que precisaram descer antes de nós...

Falo dos amores-nossos (humm rs rs!)
que tinham outros jardins e corações pra semear.
e também dos inimigos que piedosamente nos perdoam...

Que fazer? Chorar por uns? Reclamar atenção para nós?
Não podemos ignorá-los nem esquecê-los no jardim do Tempo;
mas doar o nosso maior AMOR à ele, sim, podemos!
E o faremos toda vez que o Bem ao próximo doarmos.
E também toda vez que direcionarmos nossa força (e lágrimas)
no melhoramento contínuo, em nossa Reforma Íntima,
no buscar amar estes que estão à nossa volta (humm rs rs!)
e que carecem de nosso tempo, de nosso carinho e de nossa dedicação.

Hoje aqui estou Linda, a escrever-te o que o coração pede.
E as mesmas forças que nos unem no grande Círculo de Encontros e Desencontros
que é a vida, podem separar-nos a qualquer momento.
Mais do que conduzir, sou conduzido.
Quero dizer, somos conduzidos, e logo,
seja por necessidades individuais de crescimento,
seja por motivo de doação de nossas energias em outras praças e estações,
ou por mera opção nossa (o tal 'livre arbítrio'),
nos desencontraremos na próxima parada.

Lembre-se: não é definitiva a separação.
E ainda que tu não me vejas e sintas na pele,
assim mesmo estarei a segurar tuas mãos, a proteger-te as costas,
a seduzirte 'en español' (rs rs),
e a amparar-lhe o coração,
rejubilar-me contigo em tuas conquistas
e a enxugar-lhe carinhosamente as lágrimas, se um dia precisares.

Mas pelo que saiba ainda há minutos, horas e talvez dias e meses juntos...
Espero aproveitar tudo e todos os momentos para dar o meu melhor,
receber-te e estimular que compartilhes comigo teu melhor;
para que aprendamos juntos (mesmo separados),
para que não desperdicemos essa iluminada oportunidade
que Deus nos concede de rever-nos
depois de um longo inverno separados...

Pode ser um até breve, um adeus um pouco mais demorado,
mas enquanto não vem, que,
com respeito às nossas individualidades
(um abraço, um toque que nos aflija),
e aos que nos rodeiam,
curtamos este momento
com um sorriso verdadeiro,
que reflita todo o Amor que palavras mil não saberão descrever,
tão sincero e leal é.

Linda, obrigado, Te devo esta!
Contes com minha gratidão eterna.