11luas

Espaço de interação sobre o Belo e o Sublime, aventuras, arte, poesia, romance e espiritualidade. Tudo é bem vindo desde que seja para compartilhar a beleza e o 'algo mais' do existir.

domingo, julho 04, 2010

Novos Vôos do Velho de Barbas Azuis

“Novos Vôos do Velho de Barbas Azuis – Ep. I”

Era o final de 2004. Ali em Samos, Concello de Sarria, Provincia de Lugo, Región Autónoma de Galicia, Reino de Espanha: eu, Baiser, Kiss, Beso, Phoenix e Osborne decretávamos o fim da temporada européia de O Velho de Barbas Azuis e seus companheiros.

Aos novos leitores um lembrete: Baiser, Kiss e Beso são os três peixes-alados do Capitão – este tal Velho de Barbas Azuis. Phoenix é a lagartixa esotérica que os acompanha; espécie de ouvinte, confidente, assessora, bruxa e tudo o mais. Baiser é o peixe-alado, pintor renascentista, ligeiramente desmiolado por um estúpido acidente cerebral (Ver Episódios do livro anterior). Kiss é o peixe-alado inglês, devorador de livros, filósofo e sociólogo nas horas vagas. E Beso é o Don Juan dos mares e oceanos. Um peixe-alado charmoso, bebum, romântico e libertino. E os acompanha, recém chegado ao Grupo, o Gato Osborne, alcunha Salvador Dalí, fã do Ozzy, babão, sonolento, mimado e cheio de pirações. Juntos estes seres acabam por abandonar a Península Ibérica e cá os encontramos 12 meses depois:

Na parte ocidental e sul do Oceanus Morbidus, na Terra Brasilis, a poucas milhas da Osasco de Ternura – a mítica ex-amante do Capitão e responsável por estes relatos. À ela, à Mah, mulheres todas de minha vida dedico estes novos episódios.

Em um ano muito aconteceu. Foi difícil a ruptura com o Cappo e a Cappa, e todas as pessoas e criaturas do Grupo Alternativa, o oásis-marinho na Terra de Camões. Intensos e benignos dias vivemos em Guimarães, Vila do Conde e Famalicão. Não houve tempo para despedidas. Nem da Grande Chefa Abóbora e sua família, nem de Arlete, Sílvia ex-Meimei, Cris da Póvoa de Lanhoso, Arminda, Mª João e outras mulheres do Capitão...todas ficaram para trás. Melhor assim. Sem despedidas e lágrimas. De crocodilo...Rs Rs Rs

Aportar a nau na S. Paulo de 2005, de meus irmãos, sobrinhos, cunhados e pai, de amigos mil, de pessoas como Má, Mah e Marias tantas não foi fácil! Oito meses se passaram e vos confesso: não compreendo esta cultura.

Os seres são ignorantes, frios, individualistas quando mais precisamos deles. E surpreendentemente simpáticos, solidários, gentis quando menos se espera... Vai entender! Ó raça de seres! O Kiss, nosso cientista-social, é que está adorando. O brasileiro é um prato cheio pros seus estudos.

Por sua vez, Baiser está adorando e curtindo muito os museus, as exposições, os espetáculos que só uma cidade como S. Paulo pode oferecer. E já tenciona expor suas pinturas nalguma que outra galeria ou praça.

E Beso? Nosso “espanhol” está derretendo corações com o seu charme latino. Mas sinto ressaltar que está virando um “galinha”. Fica com todo rabo de Arraia que surge e foge tal qual sabonete de um compromisso mais sério. Sinceramente! (Mas orgulho-me dele! Psiu! Que os demais não me leiam isso...)

Phoenix e Osborne estão “pisando em ovos”. É a primeira vez que vêm a S. Paulo e se assustam com a quantidade de gentes, máquinas, seres e com este calor medonho. E por falar em fauna e flora...

Apresento-lhes a Fada Gambero. É a flor mais bela do Reino dos Camarões, crustáceos e similares. É linda, mas só agora vos apresento por que é um pouco tímida...

A Fada Gambero é amiga de muitos anos do Capitão. Foi testemunha das primeiras viagens deste Velho de azuis barbas. Sabe de tudo que se passa com ele e só não lhe é mais que amiga, por que Camarões e marujos não se bicam muito... Rs rs rs. Apesar de ser um camarão-fêmea é até bem limpinha... Rs rs rs. Inclusive tá a gerar já uma prole de camarõezinhos. Assim o Capitão pode ficar sossegado. É improvável que a Fada Gambero acompanhe os 104 anos que o Velho viverá. E sem dúvida: seus herdeiros a substituirão na vida dele. Herdeiraaas, fêmeaaas, mulheeeres de preferência!

Translúcida, rósea e risonha como todos os camarões, a Fada Gambero é um oásis de alegria pro Capitão e seus companheiros. Juntos rimos muito. Aliás, a risada estridente e heloística da Fada Gambero é conhecida oceanos e mares adentro. Alerto-vos apenas para uma coisa: tenham cuidado! Apesar da aparência ingênua e doce, de varinha de condão e tudo da Fada. Pois ela ainda é um camarão! E quando menos se espera, exala aquele cheiro terrível e fétido, típico dos gamberos, crustáceos e similares...

E não é que a Fada Gambero já está trabalhando pro Capitão?! Pois é! Foi a responsável por apresentar-lhe a Pati Baby, a linda mãe da não menos bela Duda. Seres estes que por ora o Capitão só conhece por internet e pensamentos. Oxalá a Pati Baby – ou simplesmente Bebé pro velhinho aqui – venha a se tornar uma sincera amiga desta “família fantástica” ! Afinal, avisem aos quatro ventos, a Netuno, Mercúrio e companhia: carecemos de novos e sinceros companheiros de viagem!

O Capitão está a dar aulas de Espanhol pras raras espécies que habitam S. Paulo. Mas já se afiguram novos planos. Dificilmente novembro de 2006 os encontrareis aqui. Aquela coceirinha no nariz do Velho já começa a atiçar-lhe novas sensações de mudança. Quem sabe a Fada Gambero não ilumina o Caminho e os oceanos do Capitão...?

Afinal, por ora ainda não se convenceu de que voltar ao Brasil com seus companheiros tenha sido boa idéia. Mas seguiu o seu coração muito mais que os conselhos, I Chings, Tarots, de Phoenix ou as Estrelas e cometas do Céu. O futuro nos dirá.

Voltamos num instante.

Três smacks de Baiser, Kiss e Beso.

O Capitão

Osasco, 15/11/05

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